segunda-feira, 10 de junho de 2013

Poetas a Sul do Século XXI - Ano 13

No dia nove de fevereiro, pelas vinte e uma horas, na Junta de Freguesia de Pechão, teve lugar uma tertúlia literária “poetas a sul do século XXI – ano 13”, organizada pelo poeta, escritor e editor Fernando Esteves Pinto e por mim, com o apoio da Editora Quatro Águas.
Estiveram presentes os poetas Miguel Godinho, Vítor Cardeira, Fernando Esteves Pinto, Reinaldo Barros, Manuel Madeira, Pedro Afonso, João Bentes e Tiago Nené.
Escrevi a propósito (e mantenho):
“O século XXI pode ser (e será) de rutura a muitos níveis. Talvez os poetas sejam os herdeiros do futuro ainda a ser, porque semeiam num campo muito para além do tempo físico. O Sul, estando abaixo, ou por baixo, é uma raiz que, apesar de todas as vicissitudes, permanece. Poderá acordar e ser (ou nunca ser). Talvez esse sul seja mais universal e vasto, logo, mais profundo, que o frio norte, racionalista e consumista, pai e mãe de todas as crises. Para lá do mar, do céu, do sonho, há todo um novo mundo a que só vagamente aportamos pelo ideal. O resto, economias e finanças, são a ilusão e a cegueira com que disfarçamos a nossa incompetência de viver a liberdade.”

Artes e Mercados
“Para os mercados é aceitável a inutilidade de toda a Arte que não produz riqueza.
O colapso civilizacional justifica a eugenia de todos os fardos sociais.
O estímulo à concorrência abole os direitos sociais, as leis igualitárias, suprime os sindicatos e a liberdade, impondo regimes escravocratas.
A eficácia gestionária dos rácios de produção erradica todos os fatores humanos que bloqueiam os sistemas, como a compaixão, a piedade, a solidariedade, o afeto, a emoção e o sentimento.
Em todos os continentes se cantará, em breve, o mais extraordinário de todos os poemas, exaltando, à saciedade, as soberbas virtudes da todo-poderosa cleptocracia.”
 
De facto a cleptocracia instala-se com o despudor das ditaduras.

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