terça-feira, 16 de julho de 2013

MÃE E FILHA

Reinaldo Barros, Mãe e Filha, pastel de óleo sobre papel, 2013
 
Há profundos vínculos entre mãe e filha. Cumplicidades profundas tecidas de sentimentos partilhados, pelos quais a vida flui multiplicada na continuidade da génese. Elas são as guardiãs da ternura, da compaixão, da humanidade. O seu corpo abriga o mistério dos corpos daqueles que chegam anónimos ao palco do mundo. São elas que alimentam, guiam, orientam, educam, aqueles que despertam. Há nelas um poder imenso que mesmo elas, muitas vezes, desconhecem.
Foram elas que definiram o calendário, o ciclo das luas, o valor das sementes, as ervas que curativas.
Ligadas à terra, liam o futuro e falavam com as forças invisíveis dos ancestrais.
Muito antes da história, nas primeiras idades, elas eram as filhas da grande deusa-mãe, aquela que é vida.
 
Prefiro a ideia de alguns antropólogos de que a humanidade evoluiu  pela solidariedade das mulheres entre si e que foi a compaixão pelos mais fracos e não a força que determinou o sucesso da nossa espécie.
Prefiro a ideia de que foi o amor que determinou a nossa evolução.
E nessa crença, creio que quando despertar a nova consciência humana, será o amor a determinar infalivelmente o nosso futuro coletivo.
A Terra será novamente Gaia, a Mãe, e todas as formas de Vida serão sagradas.
 
 
 

Sem comentários: